Quebrando paradigmas e paredes

Originalmente com três quartos, este apartamento em Ipanema, com 98m2, ficou com apenas uma suíte após a reforma comandada pela arquiteta Kelly Figueiredo para ser a nova morada de um médico aposentado, na faixa dos 70 anos, que mora sozinho.

Tipo de imóvel: apartamento
Localização: bairro Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro
Área total: 98m²

Trata-se de um projeto de reforma completa, onde todos os cômodos foram trabalhados pela arquiteta, com a decoração praticamente toda nova, salvo as plantas (que o morador ama de paixão!), a estante em aço e madeira e o tapete azul da sala de TV, que foram trazidos da residência anterior.

Principais modificações na planta do imóvel: era um apartamento tradicional com 3 quartos e dependência de empregada. Como o proprietário mora sozinho, não recebe hóspedes e gosta muito de espaço, a arquiteta propôs a demolição de 2 quartos para ampliar a sala. Além disso, ela abriu a cozinha para a sala, aumentando sua luminosidade.

Divisão atual do imóvel, após a reforma: suíte do morador, banheiro social, escritório, sala de tv, sala de estar, sala de jantar, cozinha, hall, quarto e banheiro de empregada.

História do imóvel: trata-se de um antigo apartamento da família que arquiteta reformou pela primeira vez com o objetivo de alugá-lo. Após a devolução do imóvel pelo locatário, o proprietário resolveu visitá-lo para ver seu estado e acabou se encantando, a ponto de decidir morar nele. A arquiteta foi convocada de novo, uma semana antes da pandemia, desta vez para ajustar o próprio projeto aos pedidos do novo morador: ele queria a cozinha aberta para a sala, apenas 1 quarto (no lugar dos 3 quartos originais), para dispor de uma a área social bem mais espaçosa, um home office integrado à sala, além de muitas plantas espalhadas pela casa.

Conceito/inspiração do projeto: após a demolição das paredes, a arquiteta se deparou com vigas e pilares estruturais e resolveu tirar partido deles, aplicando textura de cimento queimado. O estilo industrial se faz notar também na decoração, porém de forma sutil, com especial destaque para os estofamentos em couro marrom envelhecido e alguns móveis ebanizados ou com estrutura de ferro preto, associados a outros elementos em diferentes tons de azul e cinza, resultando em uma atmosfera bastante acolhedora e tradicionalmente masculina. Já o piso original em taco foi mantido e restaurado

Intervenções na cozinha: a cozinha era separada da área de serviço; a arquiteta demoliu tudo e integrou os 2 ambientes, embutindo o tanque em uma única bancada.

Ponto alto deste projeto: sem dúvida, ter tirado partido das vigas e pilares estruturais, deixando eles aparentes.

Palavras que definem o projeto, na opinião da arquiteta:Coragem. Incrível como uma pessoa de 70 anos mergulhou de cabeça neste projeto, quebrando paradigmas e aceitando tudo que era diferente”, avalia Kelly Figueiredo.

Estilo da decoração: industrial leve

Curiosidade: a arquiteta usou o pilar enorme no meio da sala para dividir a sala de TV e de estar e colocou a TV no antigo corredor dos quartos. Como o guarda-roupa de um dos quartos demolidos era novo, a arquiteta resolveu aproveitar a metade dele como apoio ao escritório que foi criado na sala e a outra metade ganhou função de Louceiro.

Produção visual: Andréa Falchi (@falchiandrea)

Fotógrafo: @DenilsonMachadoMCA, do @mca_estudio.

“Coragem. Incrível como uma pessoa de 70 anos mergulhou de cabeça neste projeto, quebrando paradigmas e aceitando tudo que era diferente”

“Coragem. Incrível como uma pessoa de 70 anos mergulhou de cabeça neste projeto, quebrando paradigmas e aceitando tudo que era diferente”